O Desastre Ambiental só pode ser parado através da Luta de Classes e da Destruição do Capitalismo
Partido Comunista Internacional — PCI
A crise ambiental atual é uma crise global que ameaça a existência da vida na Terra; da poluição no mar às ilhas de lixo plástico do tamanho do estado do Texas e à destruição sistemática das florestas (mais recentemente a Amazônia), a qualidade e as riquezas da vida no planeta diminuem rapidamente.
Abordar a crise ecológica sem levar em conta as causas econômicas é uma visão irrealista desconecta da realidade.
Enquanto existir, o capitalismo continuará a desperdiçar cegamente os recursos do planeta em nome do lucro, ao ponto de considerar a “mudança climática” como uma nova “oportunidade”. Na verdade, a abertura de novos territórios de exploração, como as reservas de gás natural e petróleo no mar Ártico nas bacias da Groelândia e no Mar de Barents, oferecerão novos braços de produção ao capital que apenas acelerarão o pior.
A produção de energia global é 85% derivada de combustíveis fósseis, para manter a concentração de CO2 na atmosfera estável, a produção de energia derivada dessa fonte deve ser reduzida para 80%. Imaginemos a atual produção de ferro global (1.6 bilhões de toneladas) obtida através de baterias e painéis fotovoltaicos: é simplesmente impossível. Não há dúvida de que o capitalismo não pode sobreviver sem hidrocarbonetos, gás e carvão. Por isso os combustíveis fósseis são tão disputados entre os EUA, Rússia, Canadá, Noruega e Dinamarca.
A posse ou controle das fontes de energia, primariamente combustíveis fósseis, é um dos maiores impulsos que ditam as dinâmicas dos Estados imperialistas, e seus efeitos não param apenas no campo da produção, mas também nas finanças, política e até mesmo nas Forças Armadas. São nessas premissas que as conversas de “redução de gases estufa” em conferências internacionais deveria se basear!
O capitalismo trata o ambiente como fonte de matéria-prima e uma barreira em sua busca de maiores lucros, levando a si mesmo a colapsos inevitáveis, que se manifestam periodicamente em uma crise econômica.
As consequências dessa crise estão sendo postas nas costas da classe trabalhadora, que é forçada a pagar o preço através de medidas de austeridade impostas por governos. Os mesmos governos são recomendados a limitar o processo destrutivo que eles perpetuam pelo bem das classes privilegiadas.
Infelizmente, nenhum governo ou Estado é ingênuo a ponto de limitar as necessidades da economia capitalista, e acreditar que um uso “controlado” desses recursos é possível, pelo bem de um “planeta saudável”.
Por outro lado, escolhas individuais por um estilo de vida mais balanceado e “ecológico” têm poucas consequências frente aos problemas detalhados aqui, enquanto estes ainda permaneçam escolhas limitadas para consumidores que possam pagar mais.
Como comunistas, nós nunca, em princípio, ignoramos o perigo real e dramático do desenvolvimento ininterrupto do capitalismo — onde não é possível fechar seu ciclo histórico desumano — e que sua ampliação desenfreada podem levar a um desastre tragédia da espécie humana, uma crise que pode até ser fatal. É uma possibilidade que nossa teoria materialista não exclui. Mas nosso objetivo declarado é quebrar a forma política que mantém e defende o modo de produção capitalista, e destruir suas instituições para permitir um modo de produção que busca o bem da humanidade, e não o lucro.
O capitalismo será abolido quando os produtores em si, a classe trabalhadora, se levantarem contra suas posições de escravos assalariados; quando eles organizarem conjuntamente a produção para que esta atenda às necessidades humanas. Num mundo assim, ninguém poderá lucrar do trabalho de outrem. O dinheiro não será mais necessário e as histórias de crises financeiras levando a guerras comerciais, miséria humana e guerras serão objetos de museu.
Apenas num mundo comunista sem Estados e fronteiras os seres humanos conseguirão enfrentar o dano feito ao meio-ambiente e deixar para as futuras gerações um mundo melhor.